Flores morrem, olhares ficam para sempre


Cheiro bom, beleza inconfundível, mas não passam disso.

Busco, em algum lugar no fundo do meu subconsciente, respostas para perguntas que, por desvaneio, esqueci de fazer. Tento encontrar a verdade por trás das mentiras que as rosas podem trazer. São espinhos. 

Os espinhos que se escondem e escondem muita coisa. Escondem dores, sonhos não realizados, amores perdidos. Escondem tudo do tempo que passou e não volta mais e escondem a verdade, que machucamos, que fomos machucados, que somos humanos, e, por nos encontrarmos nessa condição de seres pensantes, ainda temos muito a aprender.

Visto isso, a ilusão me parece mais como uma fatalidade prevista, inevitável e aceita, tal como a morte, tal como a vida.

Por isso prefiro pôr olhares nos vasos e regá-los para que cresçam, para que de simples admiração, se tornem olhares de amor. Pois eles não são de mentir, não é de sua natureza, eles só contam verdades, mesmo que essas verdades não devam ser reveladas.

Há também olhares que me cansam, me cansam pelo mesmo motivo que fascinam, pois são verdadeiros e você sabe o que por trás deles. Então há aqueles olhares que estão com você, mas estão em outro lugar, que te veem, mas não te enxergam, olhares que mesmo quando sorriem, choram. Mas há aqueles que se salvam, que te olham, te leem, e sem dizer uma palavra, dizem tudo.

Para um desses vou correr agora, porque todas as perguntas que eu não fiz, todas as verdades que não vieram e todas as flores do mundo de nada valem diante dessa prevista, inevitável e aceita fatalidade que é o amor.



1 comentários:

  1. Gostei do texto ^^ ; As vezes é bom ler algumas melancolias dramáticas. E pode ter certeza que você é boa no que escreve Jéssica ;))...

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